Histórico
Há registros desde 1911 sobre a necessidade de se criar cursos de profissionalização para arquivistas no Brasil. Em 1922, o Arquivo Nacional criou o Curso Técnico de Arquivos. Em 1958, este curso foi regulamentado e passou a ser denominado Curso Permanente de Arquivos. No entanto, somente em 1972, o Conselho Federal de Educação aprovou a criação do curso superior de Arquivologia e dois anos depois o currículo mínimo. Este currículo abrangia, além das disciplinas específicas de Arquivologia, as disciplinas das áreas de Direito, Comunicação, História, Contabilidade, Administração e Estatística. O Curso Permanente de Arquivos passou então a ser considerado de nível universitário e, em 1973, um acordo entre o Arquivo Nacional e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, conferiu-lhe mandato universitário.
Em 1977, este curso foi incorporado à Federação das Escolas Federais Independentes do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ) já com o nome de Curso de Arquivologia, funcionando, ainda, nas dependências do Arquivo Nacional. Em 1979 passou a fazer parte do então Centro de Ciências Humanas da Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO. Outros dois cursos foram criados nos anos 1970: Universidade Federal de Santa Maria – UFSM (1976) e Universidade Federal Fluminense – UFF (1978). A profissão de Arquivista foi regulamentada pela Lei n.º 6.546, de 4 de julho de 1978, que dispõe sobre as profissões de Arquivista e de Técnico de Arquivo e define suas atribuições.
Após um intervalo de duas décadas foram criados mais cinco cursos de graduação: Universidade de Brasília – UnB (1990), Universidade Estadual de Londrina – UEL (1997), Universidade Federal da Bahia – UFBA (1997), Universidade Federal do Espírito Santo – UFES (1998) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRS (1999).
No mesmo período foram criados ainda cursos de especialização em diversas universidades públicas e faculdades privadas.
No início do século XXI, a abertura de outros sete cursos de graduação em Arquivologia na Universidade Estadual de São Paulo/Marília – UNESP, (2002), Universidade Estadual da Paraíba - UEPB (2006), Universidade Federal da Paraíba – UFPB (2007), Universidade Federal do Amazonas – UFAM (2008), Universidade Federal do Rio Grande (2008), Universidade Federal de Minas Gerais (2008) e Universidade Federal de Santa Catarina (2009) demonstra que continua havendo demanda de implantar e expandir os cursos de Arquivologia em todas as regiões do país.
A criação de um curso de graduação em Arquivologia na Universidade de Brasília já havia sido cogitada desde o final dos anos 1970. Vários profissionais vinculados aos cursos já existentes, ao Arquivo Nacional e às demais instituições arquivísticas realizaram diversas atividades a fim de sensibilizar as autoridades e instigar os estabelecimentos de Ensino Superior, tanto públicos quanto privados, a criarem cursos de Arquivologia em Brasília, nova capital federal e sede de vários órgãos da administração pública federal. Em dezembro de 1977, por meio da Resolução n.º81, o Reitor da Universidade de Brasília nomeou uma comissão interdepartamental para planejar e implantar o Curso de Arquivologia vinculado ao então Departamento de História e Geografia da UnB. A comissão era composta pelos representantes dos departamentos de História e Geografia, de Direito, de Administração, de Estatística e o de Biblioteconomia. A comissão concluiu os trabalhos em 1978 e enviou a proposta ao Reitor, mas o curso não foi implementado.
Somente em 1990 são retomados os estudos sobre a implantação do curso de graduação em Arquivologia, desta vez com uma proposta de vinculação ao então Departamento de Biblioteconomia da Faculdade de Estudos Sociais Aplicados e com a colaboração da professora Heloisa Liberalli Bellotto (USP). No 1.º semestre de 1991, finalmente a proposta foi aprovada e o curso de Arquivologia começou a funcionar no período noturno.